Você já viu alguma foto de um deserto? Observe atentamente a foto ao lado e responda: O que você vê? Você só vê areia? Volte de novo para a foto, e olhe para todos os lados e até mesmo para a linha do horizonte. E agora? O que você vê? Continua vendo só areia? Você acertou! É isso mesmo! Tudo o que você pode enxergar nesta foto são dunas de areia.
Os desertos geográficos são assim, regiões áridas, sem vida,
lugar de solidão.Nem mesmo os povos do deserto se aventuram, pois vivem apenas
nas suas bordas ou próximo aos oásis.
O que esta foto lhe transmite? Solidão? Perda da perspectiva
e de rumo? Sem horizonte? Não é exatamente assim que você se sente quando
enfrenta os desertos da vida? Nós experimentamos estas sensações porque é assim
que um deserto é, um lugar inóspito. Você não encontrará no deserto nenhuma
pessoa ou casa. Isso é um deserto! Não encontrará casa, porque o deserto não é
um lugar para morar. É um local de passagem, não de moradia. Mas, se o deserto
é assim, por que atravessá-lo? Não podemos evitá-lo? Por que Deus nos conduz
intencionalmente para o deserto? Deixe-me compartilhar 3 coisas importantes
sobre o deserto.
1º) Deserto não é lugar para você morar. Para chegarem à
terra prometida, os israelitas precisaram atravessar o deserto do Sinai, que
está situado entre o Egito (escravidão) e a Palestina (liberdade). É, portanto,
um ponto de passagem obrigatório. Não há como evitá-lo. Pense desta forma: se
você está no deserto, é porque está sendo conduzido à terra prometida. É
preciso transpor o deserto para alcançar a terra que o Senhor prometeu.
2º) Deserto é lugar onde experimentamos os milagres de Deus.
No deserto, mesmo em meio a tantas adversidades, em um lugar onde não há vida,
onde não há como obtermos o nosso sustento, o Senhor provê. Deus, o Autor de
toda a criação, é capaz de transformar o deserto “em açudes de água e a terra
seca em mananciais” (Is. 41:18). O Deus que alimentou o povo de Israel no
deserto com o maná e com codornizes (Êx. 16), é o mesmo que nos alimenta hoje,
que nos dá não só o alimento material, mas também sacia a nossa fome emocional
e espiritual.
Uma das experiências mais fortes que os israelitas tiveram
no deserto está em Êx. 13:21-22: “O Senhor ia adiante deles, durante o dia,
numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna
de fogo, para os alumia... Nunca se apartou do povo...”. O caminho pode ser
difícil, mas é nele que Deus vai se fazer presente. As temperaturas em um
deserto são contrastantes. Por exemplo, no deserto do Saara (África), durante o
dia a temperatura pode variar entre 50º a 80º C. Durante a noite a temperatura
cai tanto que pode chegar até 0º C. Pense só, Deus estava não só conduzindo o
seu povo pelo deserto, mas também protegendo-o. A nuvem durante o dia protegia
o povo do sol e das altas temperaturas, enquanto que o fogo a noite garantiria
calor e os protegeria das baixas temperaturas. Vê? Este é o Deus que governa a
sua vida. Ele pensa em tudo, em todos os detalhes!
3º) Deserto é lugar de autoconhecimento e de preparação para
a conquista.“Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te
guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para
saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos.
Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não
conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão
viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem”
(Dt. 8:2-3).
A finalidade do deserto é levar o povo a conhecer a si
mesmo. O Senhor nos conhece muito bem, mas nós não nos conhecemos. E sem este
conhecimento, não obteremos vitória. O deserto é isso, um lugar de confronto
consigo mesmo. Somos confrontados com o nosso ego, nossos valores, nossos
conceitos e sonhos. É a experiência do deserto que vai nos preparar para
conquistar a terra prometida. Lembre-se do exemplo do povo de Israel. Eles não
sabiam nem o que queriam. Ora queriam voltar para o Egito, ora queriam alcançar
a terra prometida. Mas como alcançar o que está diante de nós se continuarmos a
olhar para trás? Se fixarmos a nossa atenção para trás, como veremos as coisas
novas que o Senhor fará diante de nós?
“Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as
antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o
percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo.” (Is.
43:18-19).
Ao fim da jornada pelo deserto, aprendemos a não nos
preocupar com a geografia, ou seja, com as circunstâncias. Não importa se a
montanha é muito alta, se o vale é muito profundo, ou se o deserto é muito
extenso. O Senhor estará lá conosco, e nos guardará sempre.
“Quando passares pelas águas, Eu serei contigo; quando, pelos
rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem
a chama arderá em ti”(Is. 43:2).
Aprendemos que as adversidades que enfrentamos trabalham ao
nosso favor, nos conduzindo a uma maior intimidade com o Senhor. Como cantamos
com tanta propriedade: “Cada vez que a minha fé é provada, tu me dás a chance
de crescer um pouco mais. As montanhas e vales, desertos e mares que atravesso,
me levam pra perto de Ti...”E só então, o Senhor nos conduz a uma segunda
realidade maravilhosa: “Posso todas as coisas Naquele que me fortalece” (Fp.
4:13).
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